6 conceitos e divisões Cristãs
Posted by Sara Kelly em 16/11/2009
Há muitas classificações do atual “mundo evangélico” pelos analistas de história da igreja e professores de teologia. A cada dia surgem ramificações em grupos pré-existentes e, não raras vezes, desatualizam nossas tabelas.
Proponho uma tabela que atualiza em um quadro o mundo cristão evangélico e o mundo carismático:
- FUNDAMENTALISTAS – São aqueles que interpretam a Bíblia de forma literal e não aceitam quaisquer outras alternativas. São inimigos de todas as outras ramificações cristãs. Consideram-se a continuidade da Reforma Protestante. Sem nos atermos em sua formação histórica, são críticos das versões modernas da tradução da bíblia e do uso de determinados textos gregos mais populares. São anti-pentecostais, anti-cooperativos, anti-ecumênicos, individualistas e absolutamente rigorosos e independentes. Esse grupo possui nomes, mas também co-existe em igrejas denominacionais separatistas.
- PROTESTANTES (EVANGÉLICOS) TRADICIONAIS – São os “crentes” das denominações evangélicas históricas mais antigas, surgidas na Reforma Protestante ou no tempo dela. São as denominações que deram origem às Missões Modernas e que trouxeram o evangelho ao Brasil. Possuem uma pneumatologia conservadora, não crêem na experiência pentecostal (batismo no Espírito Santo após a conversão, com manifestações visíveis e audíveis de sinais e dons). São estruturados, possuem uma longa história e representam o início de toda igreja cristã evangélica no mundo.
- PENTECOSTAIS – São as denominações evangélicas surgidas após o início do fenômeno Pentecostal, iniciado nos Estados Unidos, em 1906, na famosa Rua Azuza, onde pela primeira vez na história moderna da igreja foram manifestados os modernos “dons de línguas” como provas de batismo com o Espírito Santo. Esse fenômeno atraiu a atenção de crentes ávidos pelo poder de Deus, que, ao presenciarem e admitirem a experiência, originaram novas denominações, seja do zero, seja como facção das antigas. Sua teologia é tradicional, protestante, elaborada, com muita convergência, exceto no que tange à “glossolalia” e ao arminianismo extremado (em alguns casos). Sua liturgia é animada, entusiasmada, e seus cultos são ruidosos, onde todos oram ao mesmo tempo. Estão no Brasil desde 1911, com o início da Assembléia de Deus, em Belém do Pará. São muitas as denominações pentecostais.
- NEOPENTECOSTAIS – Teologia moderna, surgida do pentecostalismo, que, unindo-se à filosofia do “poder da mente”, passou a explorar a prosperidade como sinal de bênção divina e, em decorrência da fé, a cura de todas as enfermidades. Eles consideram que os demônios estão em toda parte e devem ser expulsos, através de rituais que misturam elementos bíblicos localizados (exemplo: o novelo de lã de Gideão ou os sete mergulhos de Naamã) e do nome de Jesus. Eles crêem em rituais especiais para realizar coisas especiais: quebra de maldições, determinar pela fé, desafios para prosperidade financeira, oração em montanhas de Israel, amuletos para trazer sorte, etc. Parecem-se pentecostais, pois também falam em línguas estranhas e usam elementos pentecostais. São os maiores evangélicos do mundo, crescendo a uma proporção fantástica. Suas denominações geralmente são dirigidas por líderes que se auto-intitulam bispos, missionários, apóstolos, etc.
- NEOAPOSTÓLICOS – Não satisfeitos com o que tinham, os neopentecostais evoluíram: criaram o chamado “mover apostólico”, “poder apostólico”, “evangélico apostólico”. Trata-se de ressuscitar o dom de apóstolo, equiparando a autoridade de seu líder ao da canonicidade de Paulo, João ou Pedro, tornando a palavra deles como inspirada pelo Espírito Santo. São ambiciosos, desejam dominar o país, possuem poder político e estão influenciando grande parte dos neopentecostais declarados e dos infiltrados neopentecostais das demais denominações, que já estão a consagrar também os seus “apóstolos”. Também lutam uns contra outros, buscando dominar um rebanho maior e realizar um apostolado mais poderoso, mais completo.
- CARISMÁTICOS – São os chamados “católicos carismáticos”. Até então um grupo separado dos evangélicos. Contudo, com o império do neopentecostalismo e do neoapostolismo, os carismáticos estão se misturando a eles, com a experiência similar de glossolalia, com canções copiadas dos evangélicos, com uma liturgia praticamente idêntica, mantendo, contudo, o credo católico (dulia, hiperdulia e latria). Crêem em santos, em Santa Maria , na Eucaristia, no Purgatório, mas lêem a bíblia, fazem orações, pregam parecido com os evangélicos e falam em línguas estranhas. A Igreja Católica os mantém sob controle. Canção Nova é a maior expressão atual dos carismáticos. Atualmente os neoapostólicos estão realizando “louvor extravagante” e “horas de louvor e adoração” (Casa de Davi, Mike Shea, Marcos Witt) juntos, e grupos musicais neopentecostais (Diante do Trono) comungam e profetizam vitórias e unidade sem mudanças doutrinárias.
Essa é uma classificação pessoal, que varia de professor a professor, de historiador e sociólogo para outro.
Contudo, tem servido de referencial para classificar e auto-classificar a nossa posição dentro do evangelicalismo brasileiro e mundial.
marcos aurélio said
Sara,você me disse que era para escrever algum artigo para o blog,me lembreide algo que surgiu nos últimos anos,como alterantiva aos movimentos ditos cristãos históricos!
seriam as igrejas casieras,ou caminho da graça,idealizado pelo ex.reverendo da igreja presbiteriana Caio Fábio!
que nos anos 90.após ter se envolvido em um monte de escândalos.ele abandona sua igreja,e a presdência da associação evangélica Brasileira,e formou esse movimento alternativo para que não quer congregar,se posicionando contra doutrinas que se pratica historicamente no sistema tradicional:contra o dízimo;batismo;ceia;contra congregar;autoridade eclesiástica;chamam a lei de Moisés de maldita,dentre outras coisas!eu pensei nesse tema para publicar aqui!abração!
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Sara Kelly said
Publica! 🙂
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Jefferson Maciel said
Sara, gostei do seu artigo. De fato caracteriza muito bem as igrejas evangélica brasileira, mas achei um tanto pessimista a visão de cada classificação, pois me dá a impressão de extremismo: ou uma igreja é legalista vivendo tradições do passado, ou exotérica através da busca do poder divino, ou é charlatâ aproveitando-se na ignorância de seus fiéis.
Se eu não tivesse um conhecimento mais aprofundado sobre as religiões, ao ler esse artigo diria que as denominações evangélicas são lideradas por loucos que se aproveitam da religião para conquistarem seus próprios interesses, sejam financeiros ou ideológicos.
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Livraria Papiros said
“Ainda que a figueira não floresça,
nem haja fruto nas vides;
ainda que falhe o produto da oliveira,
e os campos não produzam mantimento;
ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja gado.
Todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.”
Habacuque 3: 17e18
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CLÁUDIA said
Seus conceitos sobre protestantismo, pentecostalismo, foram muito proveitosos para mim, pois estou fazendo uma monografia sobre usos e costumes nas Assembléia de Deus no Brasil; Voce teria algo sobre?
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